As mãos que seguram o patinho

Nikon F4 | Nikkor 35-70mm f2.8 | Fujichrome Provia 100

Nikon F4 | Nikkor 35-70mm f2.8 | Fujichrome Provia 100

Decidi começar a partilhar as histórias – e os dados técnicos - por trás de algumas imagens que podem ver aqui no site, juntando-as numa categoria chamada Bastidores. A primeira, é de umas intrigantes mãos azuis que seguram  uma cria de pato.

Mulheres Dong com roupas tradicionais tingidas de índigo. As peças em prata que se veem nas suas  costas são utilizadas como contra-peso para uma espécie de avental.

A etnia Dong, que habita a província de Guizhou, no Sudoeste da China, veste-se tradicionalmente com roupas azuis. Nas aldeias da região, o método utilizado para tingir os tecidos é ainda artesanal, mergulhando-os numa pasta índigo que se obtém da maceração das folhas de indigofera em água.

Quando estava a fotografar no mercado de Luoxiang, deparei-me com uma vendedora de patos com as mãos visivelmente azuis. Soube exatamente do que se tratava, porque dias antes tinha fotografado uma outra mulher, numa outra aldeia, a preparar a característica pasta. Percebida a ligação, achei que aquele encontro fortuito no mercado contaria muito bem a história do índigo. Utilizando a linguagem universal que todos somos capazes de "falar", pedi-lhe então que segurasse o patinho por uns instantes e fiz a foto.

Folhas de indigofera demolhadas em água...

Folhas de indigofera demolhadas em água...

... E a pasta resultante, pronta para lá mergulhar as peças de roupa.

... E a pasta resultante, pronta para lá mergulhar as peças de roupa.

Sempre que ouço a palavra índigo, lembro-me desta imagem e de tudo o que aprendi em tão pouco tempo: qual o aspeto da planta, porque é cultivada, como se faz a pasta e... a resposta para a cor do vestuário tradicional dos Dong. É para isto que servem as viagens. E é também para isto que serve a fotografia.

Saída à medida... redimensionada

Bosques de bétulas povoam as encostas do novo território do urso-pardo - uma das propostas Saída à Medida para este outono.

Bosques de bétulas povoam as encostas do novo território do urso-pardo - uma das propostas Saída à Medida para este outono.

Volvidos alguns meses após o lançamento do Saída à Medida, resolvemos fazer alguns ajustes para melhorar esta nossa nova proposta. 

...Continua a ser uma atividade para grupos pequenos.
...Continua também a ter toda a flexibilidade nas datas e nos locais a visitar, desde que no âmbito de Trás-os-Montes e das vizinhas regiões espanholas – uma unidade geográfica agora classificada pela UNESCO como reserva da Biosfera.
...Continua a não se destinar exclusivamente aos amantes da fotografia, embora também o possa ser, se os participantes assim quiserem.

Na Comarca de La Carballeda há aldeias que não chegam aos 20 habitantes

O que mudou, então?
Bem, como tanta liberdade pode chegar a intimidar, resolvemos facilitar a escolha reunindo as melhores propostas para cada estação do ano.

A duração, o conteúdo e os respetivos preços também são diferenciados, mantendo-se a toda a liberdade dos participantes para escolherem qualquer outra versão... à sua medida.

 

 

Em Montesinho, propomos a descoberta de cogumelos com acompanhamento científico e degustação em restaurante especializado (mas não o da imagem)

Em Montesinho, propomos a descoberta de cogumelos com acompanhamento científico e degustação em restaurante especializado (mas não o da imagem)

 

 

 

 

No fundo, o Saída à Medida destina-se a todos os que aspiram conhecer melhor esta fantástica região, de acordo com o seu tempo e interesses específicos.

O Outono está aí.
Dê uma vista de olhos às nossas propostas ou peça-nos para criar uma especialmente para si e para os seus amigos ou família.

Cá estaremos para dar o nosso melhor.

Saiba mais aqui.

Aldeias quase desertas proporcionam uma experiência insólita... e imagens a condizer.

Aldeias quase desertas proporcionam uma experiência insólita... e imagens a condizer.

O verdadeiro Special One

O The Quality Times renovou-se. E este é o post número 1 da nova versão. O Special One do Special One.

Este nosso blog, que já conta com 80 edições e 9 anos de existência, começou no outono de 2006 na modalidade pdf (enviado aos nossos contactos via e-mail), evoluindo 5 anos mais tarde para a variante online da plataforma wordpress.

Agora que renovámos o nosso site, adaptando-o ao tempo e aos ecrãs dos diferentes dispositivos móveis, fazia todo o sentido abrigar o TQT debaixo deste mesmo teto – uma “casa” com um espaço maior e mais luminoso para a imagem e para a palavra.

Boa parte da nossa paixão pela fotografia e pelas reportagens assenta na vontade de partilhar experiências. É como se esta partilha conferisse uma outra grandeza às coisas boas que vamos encontrando no caminho – vivências, pessoas, sítios, desafios, curiosidades - um rol de preciosidades que não podem ficar apenas connosco. Da mesma forma que fomos inspirados pelas palavras e imagens de tantos outros, também procuramos inspirar todos aqueles que nos vão lendo, em mensagens de tom preferencialmente otimista. É a melhor forma de dar notícias. E de prolongar o tempo de qualidade.

Seja novamente bem-vindo ao The Quality Times e ao site António Sá “ponto cóm”. Siga-nos carregando no botão ao lado e comente à vontade no espaço abaixo. Se acha que a literacia do otimismo faz falta a mais gente, partilhe.

Verão... que não é sempre a mesma coisa.

Amor Electro: ISO elevado, velocidade também, disparos por segundo, idem.

Amor Electro: ISO elevado, velocidade também, disparos por segundo, idem.

E o verão que passou foi bem diferente, já verão. Tradicionalmente, o estio é a minha época baixa: faz demasiado calor, os dias são longos e a luz é péssima. É ótimo para ir à praia, dar um mergulho no rio, almoçar à sombra de amieiros ou ir até à Islândia, se o dinheiro deixar. Mas para  a fotografia, ao menos nas latitudes ibéricas, não é uma estação por aí além.

Passei da época medieval...

Agosto passado, porém, foi uma exceção naquilo que costuma ser o meu trabalho. A câmara de Bragança perguntou-me se eu aceitaria cobrir as Festas da Cidade. E se é certo que não é de todo o meu registo habitual, também é verdade que nunca fechei portas a novas experiências. 

...à missa com o bispo de Bragança

Comecei pela Festa da História (uma encenação da época medieval) e acabei numa procissão religiosa pelas ruas da cidade. Pelo meio ficaram concertos ao vivo de Roberto Leal e Tony Carreira, mas também de Amor Electro, Quinta do Bill e muitos outros. Habituei-me a fotografar de tampões nos ouvidos, a potenciar resultados com luzes erráticas e imprevisíveis, a antecipar o movimento das multidões, a calcular o momento do disparo no silêncio da missa. E assim se dá um passo em frente na nossa contínua aprendizagem. 

 

O ponto alto? O concerto do Tony Carreira... nunca tive tanta gente a gritar o meu nome! (“Toni”... é assim que a família e alguns amigos também me chamam).

Toni fotografa Tony. Falta ver em que categoria do curriculum vou encaixar esta minha fase.

Toni fotografa Tony. Falta ver em que categoria do curriculum vou encaixar esta minha fase.