Caminhos ibéricos, um percurso pelo património

"São dez da manhã, faz muito frio e o céu escuro ameaça chuva. Mesmo assim há quem ocupe as mesas das várias esplanadas da Plaza Mayor de Salamanca, apesar de haver lugares resguardados nos cafés das arcadas. Com casaco, gorro e cachecol muitos ficam ali a ver quem passa, enquanto espantam o ar glacial com uma fumegante chávena de café con leche. A praça salamantina não é apenas a mais bela de Espanha, é também um imenso salão de visitas, onde desagua o milhão de turistas que anualmente visita a cidade. A estes juntam-se os cerca de 35 mil estudantes que frequentam a Universidade mais antiga do país, que ao fim da tarde se dispersam por ruas e bares, numa movida intensa e cosmopolita." 
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Cruzeiro Azul, Turquia

"Já sem sono, subo ao convés a tempo de ver o Sol espreitar atrás dos montes Tauro, semiencobertos pela bruma. Do alto dos pinheiros chega o chilrear alegre de avezitas atarefadas, cujo esvoaçar é o único movimento visível: não há sequer uma leve brisa a agitar as folhas mais frágeis e as águas do Mediterrâneo estão imóveis como um espelho. O som familiar de um corpo a mergulhar algumas enseadas adiante avisa-me que já alguém se antecipou aos meus desejos. Desço então pelas escadas exteriores e entro num mar surpreendentemente morno e cristalino, descobrindo que certas realidades ultrapassam largamente os sonhos." 
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Casa da Cisterna

"Foi um dia intenso, passado a pedalar, intercalado com pausas para piquenicar à sombra dos freixos nos lameiros, para espreitar o céu em busca dos grifos que nidificam nas arribas do rio Águeda e até para assistir à procissão de um bando de cegonhas que, atrás de um trator, debicavam a refeição. No segundo dia, com as pernas a implorarem descanso, deixámo-nos lagartear na cama de rede junto ao canteiro de ervas aromáticas, que o sol a pino fazia desabrochar em fragrâncias. Só à tarde nos deu para deambular pelas vielas quietas da Aldeia Histórica. Acabámos por desaguar numa esplanada com vista para o planalto de Riba-Côa onde, no meio de oliveiras, brindámos com um copo de tinto acompanhado por um pratinho de amêndoas torradas.
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Corre-me um rio sob a pele

"E como eu gosto de rios, dos mistérios que guardam nas margens sombrias. Riachos irrequietos a saltitar entre pedras, rios lentos que dão guarida a patos e garças, ribeiros cristalinos, de águas gélidas, que se abrem em poças alimentadas por cascatas. Margens onde estamos sós, apenas acompanhados por pássaros e libélulas que nos pousam nos ombros. É esta a minha praia. São estas as minhas praias de agora. Mais do que tudo, gosto de mergulhar em rios, da sensação de nadar da próxima curva até à seguinte e mais além ainda, se a força dos braços chegar para isso. Gosto do prazer de descobrir ilhas inesperadas, de ver os saltos das rãs e de seguir os mergulhões até desaparecem debaixo de água."
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